ULS Coimbra vai implementar projetos de saúde concebidos por profissionais

11/03/24
ULS Coimbra vai implementar projetos de saúde concebidos por profissionais

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra vai implementar este ano três projetos de cuidados de saúde de proximidade, no âmbito do Programa Integrar+, criado internamente para incentivar as ideias dos seus profissionais.

O júri da iniciativa selecionou os projetos “Tratamento de lesões de difícil cicatrização”, “Percurso clínico integrado dos doentes com necessidades paliativas” e “O percurso integrado da hospitalização domiciliária e dos cuidados de saúde primários”.

O programa da ULS Coimbra para estimular a construção de projetos de integração pelos seus profissionais de saúde recebeu 55 candidaturas, mas apenas 12 passaram à semifinal que se realizou esta tarde.

“Acho extraordinário que a ULS Coimbra tenha sido criada no início de janeiro e em pouco tempo tenha conseguido apresentar 55 projetos, que tinham de ter pessoas dos centros de saúde e dos hospitais”, congratulou-se o presidente da Unidade, Alexandre Lourenço, em declarações aos jornalistas.

Os projetos, segundo o responsável, “são inovadores, de excecional qualidade e estão muito alinhados com a visão estratégica para a ULS, com forte impacto na população e na forma como as pessoas usam o serviço de saúde”.

“Dos 12 projetos todos fazem sentido. A dificuldade que existiu foi priorizar os projetos e os que fazem mais sentido implementar no curto prazo, porque claramente todos eles fazem sentido dentro da organização”, sustentou.

Segundo Alexandre Lourenço, os projetos selecionados não vão “necessariamente” obrigar a contratar mais profissionais de saúde, dado que existe “um esforço grande de otimização dos recursos humanos, de reorganização e de colocar as pessoas a trabalhar em conjunto”.

“O grande drama que tínhamos no sistema de saúde até agora era a dificuldade de trabalhar em conjunto, entre os hospitais e as unidades de cuidados de saúde primários, e conseguimos colocar cada vez mais as pessoas a trabalharem em conjunto”, sublinhou.

O presidente da ULS de Coimbra salientou que os três projetos selecionados “são muito vocacionados para a comunidade e para que os doentes tenham uma noção que existe um sistema de saúde que está a cuidar deles, que é Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

O projeto do percurso integrado da hospitalização domiciliária e dos cuidados de saúde primários pretende “simplificar a admissão de doentes em regime de hospitalização domiciliária a partir dos cuidados de saúde primários”.

“A ideia será evitar a passagem do doente pela urgência, com admissão e avaliação direta no próprio domicílio do doente, facilitando tanto o tratamento como o gasto de recursos, como dando maior conforto ao doente”, explicou a médica Catarina Lucas.

O projeto para tratamento de lesões de difícil cicatrização, que já tem uma unidade a funcionar no Hospital de Cantanhede, visa responder em proximidade à elevada prevalência de pessoas com feridas complexas, através de equipas diferenciadas e descentralizadas.

“Pretendemos fazer a multiplicação e desmultiplicação dessa unidade [Cantanhede], mas temos ainda de acrescentar mais valências, nomeadamente os elos hospitalares, porque temos muitos utentes que vão necessitar desse acompanhamento diferenciado com outras especialidades”, adiantou o enfermeiro Luís Claro.

Numa parceria entre a equipa intra-hospitalar e suporte em cuidados paliativos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a unidade de cuidados na comunidade Torre de Sinos, de Miranda do Corvo, nasceu o “Percurso clínico integrado dos doentes com necessidades paliativas”, que visa articular os cuidados hospitalares e os cuidados de saúde primários no acompanhamento dos doentes no domicílio.

Segundo a enfermeira Sara Cunha, a proposta passa por elaborar um plano de cuidados para o doente e família, partilhado pelas duas equipas, “para que haja uma continuidade de cuidados e o doente possa permanecer no seu domicílio o máximo de tempo possível e que as equipas rodem em torno do doente”.

 

Fonte: Lusa

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